SER HONESTO CONSIGO MESMO
(texto de Vera Lucia Ferreira)
Ser honesto consigo mesmo é fundamental quando você se propõe a realizar mudanças, que lhe permitam viver uma vida mais equilibrada e harmonizada, com você e com seu próximo. Contudo, esta não é uma tarefa fácil. Ao longo de sua vida você desenvolveu uma série de mecanismos para se defender do medo de não ser aceito e amado do jeito que você é. Um deles foi esconder-se, fechando os olhos para várias partes de si mesmo, fragmentando sua integridade, fingindo ser o que não é, para você e para o outro. Essa decisão de anular-se transformou-o num alienado de si mesmo.
O resgate de si mesmo e de sua integridade depende de sua decisão em se olhar, uma vez que você só pode mudar o que vê.
A questão é apresentada aqui em tópicos que ilustram alguns recursos que utilizamos na árdua tarefa desse jogo de esconde-esconde. Observe se você age assim. Pode não ser fácil, porque você faz isso de forma inconsciente, mas é um primeiro passo para seguir em frente em sua decisão de acolher-se sem máscaras.
1 - Sem honestidade consigo mesma uma pessoa:
· Substitui sentimentos verdadeiros por pensamentos racionalizados. Ex: Eu posso lhe perguntar: “ O que você sente?” e você pensa ( “ O que eu deveria sentir?”). Ou seja, a experiência real e presente é substituída por uma resposta “intelectualizada , explicada e justificada.”.
· Ilude, manipula ou camufla sentimentos que julga negativos, exibindo “sentimentos honestos”, tais como: “Sua desconfiança me magoa profundamente.” Ou seja, coloca-se na defensiva.
· Diminui o respeito pelo outro, uma vez que não se respeita.
Você não respeita a si mesmo, nem a seus eus perdidos.
2 - Assim funciona a falta de honestidade consigo mesmo :
· Uma parte de você insiste que é honesta sem mesmo analisar o que está fazendo ou dizendo. É automático: “Eu não fiz isto”, “Eu não ajo assim.”, “Não é o meu caso.”
· É mais fácil para você defender as suas ações do que examiná-las honestamente.
· Você sempre aceita que existe uma boa razão para não ser honesto, mesmo que de forma inconsciente.
· O certo é que:
“Você é desonesto consigo mesmo para evitar algo de que tem medo e você sempre acha que esta é uma boa razão.”
· A sua crença de que não pode ser amado tal como você é e de não ser capaz de lidar com o desamor leva-o a mentir para si mesmo.Você tem medo e lhe falta coragem para ficar diante de si mesmo.
· A crença responsável pelo seu medo pode estar perdida no meio dos acontecimentos ou escondida pela camuflagem que você usa para não ter que encará-la.
· Você se torna “um fingido deliberado” e canaliza toda a sua energia para criar falsas identidades, mantê-las e encená-las.
3 - As conseqüências da não honestidade consigo mesmo:
· Como você “finge”, sente-se culpado e para se defender de sua culpa você projeta nas outras pessoas a responsabilidade pelos fatos, ações, pensamentos, sentimentos e intenções que você reluta em expressar.
· Você projeta no outro e no mundo a sua desonestidade secreta, que retorna para você nas ações de estranhos.
· Instala-se o auto-engano e a “mentira” torna-se “verdade”, uma outra crença com a qual você passa a conviver.
4 - O que fazer para tornar-se honesto consigo mesmo:
· Ter uma atitude de encarar e lidar com o que você considera perigoso, difícil e doloroso, ao invés de fugir (fingir). Essa atitude é o que chamamos de coragem.
· Lembrar que fingir é cansativo e drena a sua energia. Isso porque é uma tentativa de demonstrar alguma coisa que é diferente do que você sente, do que você pensa, do que você é verdadeiramente
· Descobrir o medo que está oculto por trás do seu fingimento.Quando você encara um ato desonesto e diz para si mesmo: “ Eu fiz isto porque estava com medo." é como respirar o ar puro.Você deu o primeiro passo e pode trabalhar sobre você mesmo e tornar-se uma pessoa íntegra, verdadeira e compromissada consigo mesma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário